Espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião começa na quarta-feira (26)

O espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião, encenado em Serra Talhada (PE), no Sertão do Pajeú, começa nesta quarta-feira (26) e segue até domingo (30) de julho. A peça, que este ano completa 10 anos, traz diversas inovações, que vão desde o elenco até às técnicas de som. A apresentação ocorrerá sempre às 20h, na Estação do Forró. A entrada é gratuita.

Uma das mudanças mais impactantes nesta edição é a reencenação da última despedida entre Maria Bonita e sua filha, Expedita, no palco do espetáculo. A história carrega uma emoção intensa, pois será a última vez que Maria verá sua amada filha. O espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião traz finalmente sua história ao palco de uma forma que o público não espera ver.

Outra novidade na edição deste ano, que o público poderá testemunhar, é a entrada de personagens marcantes na peça, como Antônio Conselheiro e Benjamin Abrahão. A trilha sonora do espetáculo também foi completamente regravada, e uma modificação significativa no cenário foi realizada, proporcionando uma surpresa visual que será percebida pelos espectadores que já acompanharam o espetáculo em edições anteriores.

O Massacre de Angico – A Morte de Lampião relembra o encontro entre os militares do governo Getulista e os cangaceiros liderados por Lampião e Maria Bonita. O casal e outros nove integrantes do bando foram mortos no dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, o que praticamente pôs fim à Era do Cangaço. O texto dramatúrgico foi escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu, e onde a peça será encenada.

“O molho que rege toda esta história é o perfil apresentado do homem, símbolo do Cangaço, visto por um viés bem mais humano. Mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, que é afetuoso, e que não representa somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder. Vamos mostrar o homem que amava as poesias e sua gente”, revelou o autor do espetáculo, Anildomá Willans de Souza.

Massacre de Angico – A Morte de Lampião conta com 30 atores, 70 figurantes, além de 40 profissionais na equipe técnica e administrativa. A apresentação faz parte da programação do Tributo a Virgolino – A celebração do Cangaço, que tem a produção da Fundação Cultural Cabras de Lampião, com o incentivo do Funcultura; Fundarpe; Secretaria de Cultura e Prefeitura Municipal de Serra Talhada.

História – O espetáculo reconta a vida do Rei do Cangaço, Lampião, desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé Saturnino, ainda em Serra Talhada, até a sua morte. Na história, para evitar uma tragédia, o pai, Zé Ferreira, fugiu com os filhos para Alagoas, mas acabou sendo assassinado por vingança. Revoltados e querendo fazer justiça com as próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos entregaram-se ao Cangaço, movimento que deixou políticos, coronéis e fazendeiros apavorados nas décadas de 1920 e 1930, no Nordeste. Temidos por uns e idolatrados por outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições sociais da época.

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